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Deus tenha misericórdia dessa nação
Chico Aloy; Otavio Jupiara
RECORD
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"Na sessão que aprovaria o prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Rousseff em 17 de abril de 2016, Eduardo Cunha rogou: “Que Deus tenha misericórdia dessa nação.” Mas ele não receberia misericórdia da lei dos homens.
A ascensão e a queda do ex-presidente da Câmara são elementos fundamentais à compreensão de uma época em que o jogo político caiu num profundo e escuro poço de transações, corrupção e traições que, mesmo não sendo novidade no cenário brasileiro, acentuaram-se e vieram à tona de maneira dramática. Esse jogo atirou o país à beira de uma crise institucional. E teve em Cunha um personagem central: manipulador, ambicioso, sem limites.
Eduardo Cunha emergiu na cena política no governo de Fernando Collor de Mello, nos anos 1990, como presidente da Telerj (Telecomunicações do Rio de Janeiro S/A), estatal telefônica, outro momento de grave instabilidade e corrosão das estruturas e relações políticas, fraturas abertas pela corrupção endêmica. É um personagem complexo, reflexo de uma maneira de fazer política, de decifração desafiadora, cuja trajetória pública dá corpo e caráter à história de impunidade no Brasil.
Para revelar a história de Eduardo Cunha, os jornalistas Aloy Jupiara e Chico Otavio fizeram dezenas de entrevistas, mergulharam em documentos e processos, aprofundaram-se na leitura de livros, estudos e reportagens e tiveram acesso a informações exclusivas. O retrato que entregam neste impactante livro-reportagem é uma aula de jornalismo, com volume impressionante de informações, inclusive (muitas) inéditas, consequência de uma apuração e investigação meticulosa.
Neste Deus tenha misericórdia desta nação, os autores preenchem uma lacuna fundamental à compreensão do país nos últimos vinte anos: de por que mergulhamos em tão profunda depressão política."
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